Haverá dias ruins



                Respire lentamente agora. Fique calmo. Deixe, que com a expiração, a raiva saia também. Haverá dias ruins. Haverá dias que vão parecer não passar, as horas se tornarão intermináveis, e a cada minuto você perguntar-se-á: por que eu? Não desista. Você pode cuidar da sua dor e vestir a sua tristeza, mas no dia seguinte é necessário trocar de roupa. Deixe ir embora. Seja aquela planta que nasce em meio às rachaduras por que simplesmente não sabe que não pode nascer ali. Seja a diferença que você quer ver. Haverá dias que chorar será inevitável: nós transbordamos. Não desaprenda a sorrir. Como tudo, tudo passa, e a cada passo tudo muda. Sorria, e deixe que perguntem do porque de sua felicidade. Nos dias exorbitantes: pondere. Extremo é desespero. Se todos lhe virarem as costas, e você achar que não há ninguém: olhe novamente. Ninguém está sozinho.
                 Haverá dias que a única alternativa vai parecer fugir. Então fuja! Saia correndo e sinta o vento no rosto! Corra até que o ar saia de seus pulmões, e você se sinta vivo apenas por respirar! Sinta-se vivo. Se você falar e ninguém lhe ouvir: grite! E grite mais alto que puder! Faça barulho, se faça ouvir! Todo ser humano sabe ouvir: alguns apenas escutam. Se alguém lhe criticar: preste atenção. Não mude, mas não se feche às possibilidades. Se te faz feliz, continue, insista, persista, viva por isso, e ninguém lhe impedirá. Você é o único que pode mandar no seu destino, e o único que estará em todos os momentos nele.
                  Acredite nas pessoas, mesmo que umas tenham lhe ferido no passado. Não generalize. Tenha fé. Seja quem espera encontrar, e o que fizer virá de volta. Não tenha medo. Todo pesadelo tem um início, mas toda noite tem um fim. Não dê ouvidos à opiniões: crie sua própria. Se lhe chamarem de louco, excluírem-lhe: do outro lado da demência há a sabedoria. Respire lentamente agora. Fique calmo. Haverá dias ruins. Deixe-os ir.

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