O abraço dela me acalentava, fazia-me sentir em casa como nenhum outro. O incrível? Eu mal a conhecia de fato. Porém, ela não era alguém comum. Apenas de olhar para ela eu sabia. Não havia um sorriso tão calmo e acolhedor em toda a cidade; não havia uma lágrima que doesse mais ao ver correr do que as dela- quem diria que anjos choram?. Eu tive a sorte de conhecer um anjo tão humano, ou um humano tão anjo, que seja.O abraço dela continua sendo meu lar e o sorriso dela minha pequena e instantânea alegria.
Era um papel em branco, onde escrevi e despejei tudo o que cresceu dentro de mim. Tudo desde o início até então: cada palavra, cada gesto, todo amor que recebi, bem como todo o medo que enfrentei e assim selei com lágrimas. Jamais entreguei a ninguém. Era íntimo demais, e eu não queria me desfazer por medo de não lembrar mais o que eu possuia. Doces palavras me fizeram entregar esse papel a ele, e ele até o guardou no bolso. Contudo, como todas minhas desconfianças suspeitavam, não demorou muito para ele descartar o papel, amassou-o e o jogou no lixo. É onde diria que você se encaixou. Talvez tivesse para ser tido para ti desde o inicio, ou agora seja o momento certo, ou talvez você dê o mesmo inevitável fim. Mas você juntou meu papel, desamassou e pôs-se a desvendar as palavras supérfulas escritas, e se permitiu repousar o olhar nas entrelinhas. Senti-me escrita nos seus sussurros. E agora, já reescrevendo-me, em nova folha, quero entregar-te, para ser lida novamente. ...
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