Meu coração gélido


Botei as mãos na sua cabeça, corri meus dedos por seu queixo, descendo para seu pescoço e parando na sua clavícula. A essa altura meu corpo já ansiava por tocá-la com mais ansiedade, mas era parecia tão delicada. Uma visão da qual se eu fizesse um movimento brusco, e ela sumiria. Coloquei minha outra mão em seus cabelos, lisos, escorriam por meus dedos, e me aproximei. Sua boca entreabria-se com meu toque e no desejo aproximei meus lábios dos dela. É complicado descrever tal sentimento, de euforia e calma, de um corpo frio como o meu e quente como o dela, da vontade de tê-la mas ter medo de possuí-la. Seus lábios eram quentes, macios. A principio saboreei sua doçura, mas logo avancei e explorei a sensação de sua boca na minha. Suas mãos seguravam meus braços, com suas unha levemente forçando minha camisa, quando deslizaram para minha nuca, e entre gracejos e ela suavemente se afasta, segurando meu rosto entre as mãos. Sua testa repousava na minha, nossos hálitos se misturam, enquanto nossa respiração ficava em compasso uma com a outra. Nada, absolutamente nada podia ser mais sublime que aquele momento. O toque brusco pode satisfazer o corpo, mas o leve acaricia a alma. O toque dela me fazia os dois. E eu só sabia de uma coisa: nada é certo no meu caminho tortuoso, mas dali em diante eu faria questão que nossas peles se tocassem, que nossas respirações se misturassem, e talvez nossos corações virem um só.

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