Sou presa em mim


Sou presa em mim. Acorrentada em cada sentimento, lembrança e medo.
Não consigo me desvencilhar e no fundo talvez eu não queira. Não queira sair de mim.
Eu sei fugir, é umas das minhas desprezíveis habilidades. A fuga me faz querer voltar. A saída é minha porta de entrada.
Sou acorrentada a palavras, e as falo demais, apenas demais. Falo sem medir consequências ou importâncias pois eu sei descartar palavras... esqueço que posso ser a única a pensar assim.
Raramente me arrependo. Sou o momento e não o futuro. Sou o instante e nada mais além dele. 
Ah que infortúnio. Ser quem você é, é um assinar um contrato arriscado e que ninguém assinará em baixo. Não terá testemunhas e nem concordantes; por isso pode ser anulado a qualquer momento e o preço do rompimento é imprevisto. Eu porém assinei e não vejo mais como rasgar esse papel. Acorrentei-me.
Defeitos, trejeitos, sabe se lá o que mais. Apenas eu, assim. Sem definição. Então peço, pense no contrato quando chegar até mim. 
Há muitas cláusulas e uma delas é a imprevisibilidade. 


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