Queria fazer um texto meloso, daqueles que você lê e chora, se emociona.... mas foda-se essa merda. Eu não sou assim e você sabe disso. Nem sei como você aprendeu a amar uma pessoa como eu: fria e o oposto de você. Não sou delicado, não sei como agir, falo besteiras que te magoam,e você ainda consegue ficar aqui, até mesmo ri. Eu queria descrever o como você é única, mas também não sirvo para isso. Algo mudou em mim quando chegou e eu só sei sentir; então eu não vou falar essas merdas que os caras falam para comer as meninas para depois largar. Eu sou um idiota sem visão, sem classe e sem delicadeza alguma, mas se eu sou esse tão completo vagabundo você é minha dama.
Era um papel em branco, onde escrevi e despejei tudo o que cresceu dentro de mim. Tudo desde o início até então: cada palavra, cada gesto, todo amor que recebi, bem como todo o medo que enfrentei e assim selei com lágrimas. Jamais entreguei a ninguém. Era íntimo demais, e eu não queria me desfazer por medo de não lembrar mais o que eu possuia. Doces palavras me fizeram entregar esse papel a ele, e ele até o guardou no bolso. Contudo, como todas minhas desconfianças suspeitavam, não demorou muito para ele descartar o papel, amassou-o e o jogou no lixo. É onde diria que você se encaixou. Talvez tivesse para ser tido para ti desde o inicio, ou agora seja o momento certo, ou talvez você dê o mesmo inevitável fim. Mas você juntou meu papel, desamassou e pôs-se a desvendar as palavras supérfulas escritas, e se permitiu repousar o olhar nas entrelinhas. Senti-me escrita nos seus sussurros. E agora, já reescrevendo-me, em nova folha, quero entregar-te, para ser lida novamente. ...
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