Deixa eu lhe contar um segredo? O mundo não gira ao seu redor. Cai na na real, você não tem relacionamentos que durem porque não sabe não ser o centro das atenções. Ninguém vive em sua função, e você tem vários defeitos, mas não sabe tolerar os defeitos dos outros. Ninguém quer viver numa corda bamba pensando no que vai falar esperando que você não surte, porque é exatamente o que você faz: você não tem paciência e espera que tenham com você. Você também é insegura de uma maneira que sempre se preocupa como está vestida. Cara, foda-se! Primeiro porque quem gosta de você não vai se importar nem que você vestisse uma sacola de lixo. Segundo, para quem não gosta de você, não importa o que você vista, sempre parecerá uma sacola de lixo. Conquiste as pessoas com sua personalidade - que tem milhares de coisas boas - mas você não sabe mostrar. Eu estou com raiva de você, até porque um dos meus variados defeitos é manter rancor, isso não significa que não vejo seu potencial. Sempre vi. Mas estou cansanda. Eu sou eu mesma demais pra pensar em agradar alguém, por isso, nem percebo se desagrado. Porém eu sou segura de mim, tem gente que gosta e gente que não gosta, fazer o que. Eu não quero uma amizade com condições porque isso não é amizade. Eu já sou presa em muitas coisas e não vou me prender em ser o que você quer. Ou nos aceitamos assim, ou cedo ou tarde isso acaba.
Era um papel em branco, onde escrevi e despejei tudo o que cresceu dentro de mim. Tudo desde o início até então: cada palavra, cada gesto, todo amor que recebi, bem como todo o medo que enfrentei e assim selei com lágrimas. Jamais entreguei a ninguém. Era íntimo demais, e eu não queria me desfazer por medo de não lembrar mais o que eu possuia. Doces palavras me fizeram entregar esse papel a ele, e ele até o guardou no bolso. Contudo, como todas minhas desconfianças suspeitavam, não demorou muito para ele descartar o papel, amassou-o e o jogou no lixo. É onde diria que você se encaixou. Talvez tivesse para ser tido para ti desde o inicio, ou agora seja o momento certo, ou talvez você dê o mesmo inevitável fim. Mas você juntou meu papel, desamassou e pôs-se a desvendar as palavras supérfulas escritas, e se permitiu repousar o olhar nas entrelinhas. Senti-me escrita nos seus sussurros. E agora, já reescrevendo-me, em nova folha, quero entregar-te, para ser lida novamente. ...
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