Eu demorei muito tempo para me aceitar, aceitar meu corpo, minha personalidade. Nunca consegui fingir quem eu era, mas cheguei num ponto que nem mais conseguia reprimir minha essência. Há quem me chamará de louca, achará exagerado, mas não quero agradar ninguém além de mim mesma; contudo peço que olhe com mais atenção, tenho certeza que não me achará mais tão louca quando fizer isso. Não se assuste com minha liberdade de ser, apenas desfrute: é bom estar com pessoas que são verdadeiras e poder se sentir livre também. Se há um lugar que me impeça de me soltar, eu não estarei lá. Há muito que não tenho mais vergonha. Hoje eu tenho orgulho. .Esse é meu corpo, isso é o que sou, e não há ninguém mais no mundo que ame tanto ser eu quanto eu mesma.
Era um papel em branco, onde escrevi e despejei tudo o que cresceu dentro de mim. Tudo desde o início até então: cada palavra, cada gesto, todo amor que recebi, bem como todo o medo que enfrentei e assim selei com lágrimas. Jamais entreguei a ninguém. Era íntimo demais, e eu não queria me desfazer por medo de não lembrar mais o que eu possuia. Doces palavras me fizeram entregar esse papel a ele, e ele até o guardou no bolso. Contudo, como todas minhas desconfianças suspeitavam, não demorou muito para ele descartar o papel, amassou-o e o jogou no lixo. É onde diria que você se encaixou. Talvez tivesse para ser tido para ti desde o inicio, ou agora seja o momento certo, ou talvez você dê o mesmo inevitável fim. Mas você juntou meu papel, desamassou e pôs-se a desvendar as palavras supérfulas escritas, e se permitiu repousar o olhar nas entrelinhas. Senti-me escrita nos seus sussurros. E agora, já reescrevendo-me, em nova folha, quero entregar-te, para ser lida novamente. ...
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