Olhe para si como um grão de areia. É um entre milhares, mas não se sinta insignificante, um grão a menos não teríamos a orla da praia, e o mar sentiria falta. Somos como peças de um grande mecanismo, precisamos fazer o mundo girar. Pessoas ruins também fazem parte disso, talvez para fazerem as pessoas boas funcionarem melhor, ou para elas mesmas serem consertadas. Por fazer parte de um todos é porque não podemos nos apegar as coisas, mesmo que nosso corpo esteja preso aqui, nossa alma deve ser livre. Porque no fim, não importa o que aconteça, temos que continuar funcionando.
Era um papel em branco, onde escrevi e despejei tudo o que cresceu dentro de mim. Tudo desde o início até então: cada palavra, cada gesto, todo amor que recebi, bem como todo o medo que enfrentei e assim selei com lágrimas. Jamais entreguei a ninguém. Era íntimo demais, e eu não queria me desfazer por medo de não lembrar mais o que eu possuia. Doces palavras me fizeram entregar esse papel a ele, e ele até o guardou no bolso. Contudo, como todas minhas desconfianças suspeitavam, não demorou muito para ele descartar o papel, amassou-o e o jogou no lixo. É onde diria que você se encaixou. Talvez tivesse para ser tido para ti desde o inicio, ou agora seja o momento certo, ou talvez você dê o mesmo inevitável fim. Mas você juntou meu papel, desamassou e pôs-se a desvendar as palavras supérfulas escritas, e se permitiu repousar o olhar nas entrelinhas. Senti-me escrita nos seus sussurros. E agora, já reescrevendo-me, em nova folha, quero entregar-te, para ser lida novamente. ...
Comentários
Postar um comentário