erro




E eles gritaram
E os gritos ficaram mais altos
Ecoando pelo ar denso
Da mente e do quarto


Não havia para onde correr
Muito menos onde se esconder
As vozes me acompanhavam onde quer que eu fosse
Mas nem havia para onde ir
Podia ouvi-las imponentes e repetitivas
gritando nos meus ouvidos
Sentia-as comigo
mesmo que há muito tivessem cessado

Jamais esquecerá do que foi dito

Jamais se livrará do seu passado

Inutilmente procurei qualquer lugar que me prensasse
Onde mal haveria espaço para mim
O aperto seria meu abraço não recebido
Escondia-me no armário, embaixo da cama
Tentava ficar invisível
E por trás das cortinas criar meu esconderijo
Assim eles não poderiam me achar

Assim eu poderia sumir
Como o erro que jamais foi cometido

Mas eu ainda estava ali
Exposta pelos finos tecidos
Encontravam-me com olhares frios
Engole o choro 
Não te ouvirão soluçar
Com as pernas bambas obrigava-me toda vez a levantar

Nunca ouve para onde ir
E jamais vai haver para onde voltar

Os gritos ecoarão eternos e sombrios
Expelindo frases que deviam ser sucumbidas
Onde quer que eu vá
Mesmo que o medo venha a me abandonar
Ouvirei os sussurros me estremecendo

"Jamais te deixarei esquecer da onde veio"

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog