Era um papel em branco, onde escrevi e despejei tudo o que cresceu dentro de mim. Tudo desde o início até então: cada palavra, cada gesto, todo amor que recebi, bem como todo o medo que enfrentei e assim selei com lágrimas. Jamais entreguei a ninguém. Era íntimo demais, e eu não queria me desfazer por medo de não lembrar mais o que eu possuia. Doces palavras me fizeram entregar esse papel a ele, e ele até o guardou no bolso. Contudo, como todas minhas desconfianças suspeitavam, não demorou muito para ele descartar o papel, amassou-o e o jogou no lixo. É onde diria que você se encaixou. Talvez tivesse para ser tido para ti desde o inicio, ou agora seja o momento certo, ou talvez você dê o mesmo inevitável fim. Mas você juntou meu papel, desamassou e pôs-se a desvendar as palavras supérfulas escritas, e se permitiu repousar o olhar nas entrelinhas. Senti-me escrita nos seus sussurros. E agora, já reescrevendo-me, em nova folha, quero entregar-te, para ser lida novamente. ...
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Na minha morte - post
Na minha morte Só quero paz e alegria Que na Terra não havia Do meu corpo Que só reste as cinzas E no meu velório que nenhum coração tristeza sinta Não exagerem sobre o que falarem de mim Não fui demônio nem querubim Quero risos de memórias E lágrimas de saudade Não houve nenhuma perda Mas um curto até logo Morte não é o fim Mas o início de um capítulo com aventuras que jamais serão escritas Não lastimem minha perda Estarei ouvindo E sentirei pena Preciso ir sem olha para trás Pois todas as aventuras passam Irei para uma eterna No mundo de Aslam
Dor- post
Nenhum grito era forte o suficiente para expressar aquela dor, sendo assim nenhum som saiu. Via-se ali a perda que seria irrecuperável, o vazio que jamais poderia ser preenchido. Quando a morte chega, ela leva embora bem mais do que uma alma, leva fragmentos de outras. De tantas perdas, e tantos vazios, nada mais havia para ser retirado. Todas as lágrimas e silêncios foram postas para fora aos gritos de agonia e solidão, e como o selvagem que se liberta, veio a calma. Após a tempestade, o céu limpa, e é assim que se sente a alma, quando se desprende do passado. E o agora é apenas seguir em frente, e aos poucos conforme o sol se põe no horizonte, nós aprendemos que a dor estará sempre presente, mas não é necessário andar de mãos dadas à ela.
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