Ela e as Palavras Arquivo

Hoje uma dorzinha se instalou no meu peito, pequena mas angustiante - que nem aquelas farpas no dedo, sabe?- eu mal o do porquê de ela está ali. Na verdade eu sei o motivo, mas não sei lidar com ele - fui tentar tirar a farpa e ela entrou mais. E o que eu faço? É, existem milhares de respostas mas eu diria que sou uma completa idiota para essas dores. E agora eu nem sei mais do que estou falando... da farpa ou da dor? Acho que agora tanto faz, apenas seria melhor se elas não estivessem onde estão.

Você não precisa salvar o mundo, você precisa salvar um mundo. Uma peça faz toda diferença no quebra-cabeça

Queria fazer um texto meloso, daqueles que você lê e chora, se emociona.... mas foda-se essa merda. Eu não sou assim e você sabe disso. Nem sei como você aprendeu a amar uma pessoa como eu: fria e o oposto de você. Não sou delicado, não sei como agir, falo besteiras que te magoam,e você ainda consegue ficar aqui, até mesmo ri. Eu queria descrever o como você é única, mas também não sirvo para isso. Algo mudou em mim quando chegou e eu só sei sentir; então eu não vou falar essas merdas que os caras falam para comer as meninas para depois largar. Eu sou um idiota sem visão, sem classe e sem delicadeza alguma, mas se eu sou esse tão completo vagabundo você é minha dama.

É incrível como é fácil fazer a cabeça de alguém, mesmo as pessoas mais fortes, movidas pelo medo e desestimulação, podem se tornar manipuláveis. Eu sinto tanto, tanto mesmo. Tudo que ela se abriu comigo, todos os receios que calmamente eu fiz ela perder, voltou tudo. Nós voltamos a estaca zero. Eu tenho força de fazê-la se livrar novamente? Tenho forças de amá-la com essa fraqueza? De estar com ela até ela conseguir lutar por nós? Sinto tanto, tanto mesmo, por ela sofrer sobre essa submissão aos outros. Por ela ter tanto medo. É difícil lutar por alguém que mal sabe lutar por si mesmo.

Posso ser quem eu quiser: Homem; Mulher; Até um deus se eu quiser.  Posso escolher meu estilo; Minhas extravagâncias; Meu, apenas meu, destino. Eu posso escolher! Sou antes alma do que corpo; E antes humano do que gênero. Se quero vestidos ou calças; Só interessa a eu saber. Escravidão é do século passado; E sou livre de mim mesmo. Ainda há muita falta de respeito; Mas é inveja, apenas despeito. Porque meu amor; Você também pode ser você quiser. O preconceito é apenas um obstáculo. Somos simplesmente quem somos; E não precisamos de aplausos.

Eu não quero ser aquela pessoa que falará: "eu não fui capaz de lutar pelo que amei"

Sabe o que acho? Há muito para temer. Há muito para errar. Consequentemente, há muito para viver. Tenho medo, tenho coleções de erros e muita vida pela frente. Não sou outra pessoa além de mim, e nem vou viver para ser exemplo de alguém: serei meu próprio exemplo. Não sirvo para cumprir expectativas e não gosto de travar guerras. Sou calada mas não menos determinada.  Digo, ainda não sou amiga do temor, temos muitas diferenças a discutir, mas estamos conversando. Logo a gente acerta juntos.