Não há estrelas no céu, está escuro , nublado e vazio. Não há rastros nos chão, nenhuma alma para seguir meus passos ou ouvir meus gritos. Não há som, nada além das batidas descompassadas do meu coração, nada além da minha respiração. Está vazio, não sei por que esperei que fosse diferente. Refugio é para ser solitário, ao se esconder não queremos ser encontrados, não é? Errado. Meio certo. O vazio é mais torturante que a dor. Talvez mesmo que eu esteja sempre em fuga, eu não espere que alguém me faça ficar, mas que saiba para onde irei. Mas esse alguém não existe. Não está aqui. Estou sozinha e como sempre ouço apenas meus pensamentos.
Era um papel em branco, onde escrevi e despejei tudo o que cresceu dentro de mim. Tudo desde o início até então: cada palavra, cada gesto, todo amor que recebi, bem como todo o medo que enfrentei e assim selei com lágrimas. Jamais entreguei a ninguém. Era íntimo demais, e eu não queria me desfazer por medo de não lembrar mais o que eu possuia. Doces palavras me fizeram entregar esse papel a ele, e ele até o guardou no bolso. Contudo, como todas minhas desconfianças suspeitavam, não demorou muito para ele descartar o papel, amassou-o e o jogou no lixo. É onde diria que você se encaixou. Talvez tivesse para ser tido para ti desde o inicio, ou agora seja o momento certo, ou talvez você dê o mesmo inevitável fim. Mas você juntou meu papel, desamassou e pôs-se a desvendar as palavras supérfulas escritas, e se permitiu repousar o olhar nas entrelinhas. Senti-me escrita nos seus sussurros. E agora, já reescrevendo-me, em nova folha, quero entregar-te, para ser lida novamente. ...
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