dor - feito

a dor estava ali novamente. Alojada como uma bala que não foi removida, abrindo a ferida novamente. Porque quando você crê que cicatrizou, a pele rasga.
A dor
Quase não sente mais a dor
O peito parece explodir mas os gritos já não são aúdiveis
Ou ficaram tão altos
Que você apenas ensurdeceu
Você se vê de novo no escuro, aquele que você achava ter fugido
E voce achava que teria alguém ali
Socorro
Eu estou com medo
E não vejo ninguém, eu sei que há, posso ouvir suas vozes
Mas são ecos distantes, não consigo vê-los
E a ferida abre mais, que quase parece lhe partir ao meio
É assim que se sente
Partido, traído, abandonado por si próprio
Cadê aquela força? Por que ser tão patético? No fim é só isso que você é. Uma figura patética, carente, digna de pena.
Eu só preciso de um abraço
Apertado que junte as partes
Cole os pedaços
Como jogar uma responsabilidade minha em alguém?
Sou um estorvo.
Você abre os olhos e a fresta de luz invade a janela
Um dia a mais para fingir que tudo está bem
Para viver o teatro que você mesma roterizou
Mesmo que os olhos enxerguem
O preto se encontra no fundo da retina
O medo não é de fora, mas de dentro
E chegar até lá, não é algo que alguém tenha conseguido
E você quando foi, esqueceu de levar a lanterna.
A dor, já faz parte, então você só levanta
Costura o rasgo com fios soltos
E mais uma vez torce para que cicatrize
E ora, mais uma vez, para que não te deixem sozinho.
Por favor, salvem-me.
V.Elisa~

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