Eu queria escrever horrores: peguei o papel, o lápis, abri a tela do celular. Pensei em frases, trechos, parecia que ia sair algo... mas nada se completa.
Eu perco as palavras tão rápido quanto elas me vem a mente, e o papel, permanece em branco. Frusto-me pois sinto abstinência de escrever. Meus dedos tremem na ânsia de modelar as palavras que me sufocam.
Contudo, quando se trata de você, elas simplesmente não saem. Elas ficam presas e sim, me incomodam, mas é impossivel traduzir. Todo esse sentimento que me bagunca, me revira e me transforma, não cabem em palavras. E se cabem, elas fogem de mim. Não saem na ponta do lápis, nem no frenético digitar.
Retem-se nas mãos, nos lábios, no peito... E explodem ao te tocar. O sentimento sai, transborda até, mas não em letras. Os versos até então retidos, se escrevem no teu corpo, e as frases que tanto quero falar, escapam no toque dos seus lábios. Você virou meu papel em branco, o essencial para uma poeta.
Eu, então, poeta que anseio por meus textos, me agonio por não conseguir ver a tinta no caderno, porém, eu aprendi que há certas coisas que só dá para sentir.
Dizem que os poetas escrevem sobre o que sabem bem, pois eu desminto: quanto mais se sabe, menos dá para explicar. Assim, poetas que deixam de ser observadores, escrevem menos, pois sentem mais.
Então, o caro papel que me espera, terá que ficar em branco mais um pouco, pois os versos não descem mais aos meus dedos: eles se perdem e se espalham por todo o meu corpo, e eu viro minha própria poesia. E à você, que virou minha nova tela, convido-lhe a ser meu co-autor.
V.Elisa~
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