Ela e as Palavras Arquivo

Outro dia minha filha veio e me perguntou:  - Mamãe, magia existe? Olhei para minha princesa na minha frente, e pensei comigo: tão inocente, tão ingênua. Mal sabe ela quantas pessoas morrem por aí, quanta maldade o mundo transborda. Quantos "nãos" ela vai ouvir, quantas rejeições sofrerá. Quantos olhares receberá com escárnio, dizendo que seus sonhos não se realizarão. Quantas desilusões ela sofrerá. Que as pessoas às vezes irão machucá-la mais do que ela pode aguentar... e que muitas vezes as responsabilidades serão tão pesadas que ela mal vai conseguir levantar de manhã. E de noite ela deitará ma cama se debulhando em lágrimas, apenas desejando não existir; e eu não estarei ali para enxugar: talvez em uma dessas vezes eu seja o motivo. Minha princesa iria perder a coroa tantas vezes...  Mas enquanto pensava eu olhei para ela: com um vestido de princesa, uma coroa, e uma varinha de condão. Dali não iriam sair mágica, mas os olhos delas! Brilhavam inocentes porém não

Porque eu não gosto de andar sozinho, Porque eu não gosto de ficar em silêncio, Muito menos falar alto demais para ser ouvido. Porque eu odeio não ter pra quem contar meus sonhos, Muito menos aquela nova piada sem graça que achei, E também por que não gosto de ser o único a rir elas. Porque eu preciso compartilhar minhas músicas, E dizer o quanto gostei daquela banda maluca para alguém, Alguém que mesmo que não goste ouça comigo. Porque eu preciso que alguém me entenda, Sem perguntar os por quês. Eu preciso que alguém sinta minha falta, E me decifre de vez em quando. Talvez porque eu goste do seu sorriso, Ou talvez porque simplesmente eu não te entenda. Porque talvez eu não goste do vazio do mundo, E você consiga absorvê-lo por um pouco. Porque eu sou demais e você de menos. Porque mesmo no fundo eu goste de equilíbrio. Talvez porque eu goste do jeito que você se preocupa. Porque eu gosto de ver o mundo diferente, De acreditar em novas coisas nem que apenas lá n

Pegue um dia da sua vida e deite no chão Esqueça a etiqueta Suba numa árvore E se permita sentir o dono do mundo Em vez de bater, se permita apanhar Descubra como é estar em pedaços Pegue e saia pulando no meio da multidão Deixem que pergunte por que está tão feliz Ou tão louco que seja Seja louco E descubra como é ser poeta por um segundo Encare aquela pessoa que você ama E faça caretas para aquela que odeia Seja infantil, não seja viril Grite quando sentir dor E demonstre sua dor sem medo Pule na cama Finja que o chão é lava Corra atrás de uma borboleta como se um dia fosse alcançá-la Se permita ser esperançoso para coisas simples Mande ele se fuder Fale palavrões Mostre sua indelicadeza Sua indignação Tire o dia de folga Se demita Se perca Faça uma loucura Seja um erro uma vez na vida Seja humano uma vez na vida