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Mostrando postagens de abril 16, 2015

Corda

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Nunca sentaram perto de mim e tiveram uma conversa franca, daquelas que pode terminar em choros e abraços; eu sempre tive que aprender sozinha, chorar sozinha e abraçar sozinha. Eu tentei tanto segurar as pontas que desfiz os nós e tudo arrebentou, mas eu não paro de tentar segurar - lá vou eu dar mais um nó. Quem eu preciso, já não é mais forte, então eu tenho que ser por mim e por eles. Há quem dirá "nada a ver, a responsabilidade não é sua", fácil falar, não é você que vê a corda arrebentar depois, e acredite é bem pior. O ruim de ter tanta responsabilidade emocional nos ombros e ser a mais nova, é que ninguém acha que você carrega esse peso - para eles é só frescura da sua parte. Você é subestimado, exigido, e quando suas mãos machucam e você solta, cai tudo sobre você - ou a culpa ou a raiva - e esse tipo de atenção é o que você menos quer, porque daí você já não é mais vista nem como alguém "normal", mas doente. Eu me descontrolo sim, eu sinto medo sim,

Não me trate como doente

Não me trate como doente Não olhe para mim com pena Por favor, não me obrigue a me drogar O mundo já é uma droga Nem tudo que falo é loucura E nem tudo que demonstro é o que sei Deixa eu quieta Deixa eu falar Ouça Para Eu sou capaz de escolher E eu só quero fugir de tudo isso Só quero ter minhas decisões Às vezes é difícil de controlar Mas eu posso lidar com isso no meu tempo Eu não quero ser igual a você Nem igual a ninguém Eu tenho sonhos e sei lutar por eles Só não me trate como doente Eu preciso é de um abraço Não de remédio