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Mostrando postagens de setembro 10, 2017

grito em folhas mudas

grito em folhas mudas as palavras que não me contextualizam choro em gotas de chuva que não borram a caligrafia seca é, sem fé, em marcha ré crio os calos nos dedos mas estes não cansam de preencher linhas preenchem o espaço mas não as estrelinhas mesmo que expresso no papel o real não sai nele é o não escrito, o silêncio, o pouco rebuscado que me aprisiona é a surdez aos rascunhos que me faz por de qualquer jeito o sentido mesmo raso o que traço é o que tento dizer aos ratos nenhuma palavra terá tradução nenhum acento será essencial mas transcrevo sons que mal são grunhidos a garganta é totalmente seca aos dedos ágeis então grito mesmo que pouco sei o que deixo tão complicado é pôr-me em textos quando eu mal sei minha definição mais eis aqui o que escrevo sem sentido, rabiscado a lama e alma de um ser calado