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Mostrando postagens de janeiro 22, 2015
Ele me olhou com aqueles olhos castanhos, pedindo, implorando para o que eu tinha dito fosse mentira. Eu queria que fosse, juro que queria, mas não era. Eu precisava ir embora e deixá-lo seguir em frente. Não é que nem nos livros, que a separação é para salvar o outro, muito pelo ao contrário. Se eu continuasse com ele, seria eu quem morreria, eu nunca conseguiria seguir em frente com ele. Ele a melhor coisa que me aconteceu, e ao mesmo tempo me levava para longe de tudo que era bom.
E era isso. Aquele seria nosso fim; nosso tão insuportável fim. Ela ia ficar sorrindo por aí, causando inveja em qualquer um que a visse; e eu, ficarei aqui, pensando em porque fiz aquele sorriso desaparecer.

Algumas mortes...

       Já passei por muitas mortes ao longo da vida. Cada uma delas me fez saber lidar melhor ainda com essa incomparável amiga. Ao nascer ela tentou me levar- talvez soubesse o quão difícil seria por aqui. Tirou-me pessoas que talvez eu precisasse de mais um tempo junto- só para dizer a-Deus. Ela tentou inúmeras vezes levar-me em meus sonhos, mas eu sempre resistia. Não sei porque isso, talvez eu tenha muita sorte, ou meu anjo é bem dos fortes. Sei que ela, a Morte, tentou me privar de todos os choros, e de certa forma a cada lágrima, eu morria um pouco. Porém devo ter algo a fazer por aqui, algo que talvez nem mesmo a Morte seja capaz de dar um fim. Então, creio eu, vivi por tanto tempo, morri algumas vezes, e me tornei cada vez mais viva em todas elas, eu devo existir. Existir de corpo, alma e sorriso. De todas as maneiras possíveis a minha maneira; sem vergonha, medo ou pudor. Porque sei que muitas pessoas morrem todos os dias e ainda respiram, e mesmo assim não aprenderam a viver