Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2017

Ciclo

Você não é um deus Mas é sua própria divindade Não se ache com todo poder Mas saiba que você o possui Você não pode fazer valer o ciclo Porém pode influenciá-lo Escolha muito bem o seu lado Não fique procurando por um salvador Ele estará em si mesmo Também não aponte pecadores Seu pulso quebrará em direção a si Pois você não é nada perto de perfeito Mesmo sendo a criatura mais poderosa da terra Justo para uns, punição para outros O erro é o egocentrismo Como se uma espécie só tivesse uma classificação Ignorância da pior raça Espero que todos saibam Que a presa também caça Saiba da sua onipotência Estamos no topo da cadeia Mas ainda somos parte do ciclo E quando se trate de natureza Somos fragilmente extintos
Você é suficiente do jeito que é Não precisa de ninguém agarrado aos seus pés Mude se bem entender Mas mudanças são naturais se tiverem que ocorrer Feche os ouvidos  E abra sua visão Eles são ruídos Você não deve ser uma personificação
eu te criei com todos seus detalhes só há um de você me encantei pelo seu brilho nos olhos e aquele sorriso ingenuo você em todo especial te vi ao longo dos anos e me orgulhei ri e chorei mas principalmente te amei mas então você cresceu e começou a julgar a ver defeito onde não tem principalmente não se pôs a se amar mas não há nada que eu não ame ali por mais que procure você é perfeito pensei em tudo para ser assim tão somente único te criei com tanto esmero mas ao ver sua reprovação me calei e me perguntei: "onde foi que eu errei?"

cacos #2

V.Elisa e Lucas Borges Fiz-me cacos Nos seu braços De términos Fiz-me versos Mas se gostas do que crias Entrego-me poesia Rasgue-me em páginas Marque a folha em lágrimas Porém não deixes que eu morra Sem profetizar-me em sua boca Me tornei inteiro Longe dos teus braços De términos Fiz-me histórias Mas se não gosta do que crio Me escondo da poesia Não leio mais as páginas E não me deixarei cair em lágrimas Mesmo que eu deixe que você morra Sempre irei me profetizar em sua boca

grito em folhas mudas

grito em folhas mudas as palavras que não me contextualizam choro em gotas de chuva que não borram a caligrafia seca é, sem fé, em marcha ré crio os calos nos dedos mas estes não cansam de preencher linhas preenchem o espaço mas não as estrelinhas mesmo que expresso no papel o real não sai nele é o não escrito, o silêncio, o pouco rebuscado que me aprisiona é a surdez aos rascunhos que me faz por de qualquer jeito o sentido mesmo raso o que traço é o que tento dizer aos ratos nenhuma palavra terá tradução nenhum acento será essencial mas transcrevo sons que mal são grunhidos a garganta é totalmente seca aos dedos ágeis então grito mesmo que pouco sei o que deixo tão complicado é pôr-me em textos quando eu mal sei minha definição mais eis aqui o que escrevo sem sentido, rabiscado a lama e alma de um ser calado
E eu gostaria de dizer para ela Tudo o que um dia eu imaginei dizer para alguém Ela traz a tona em mim a Aquele que tanto guardei Como algo tão pequeno pode se tornar a única coisa que vejo E sobre o jeito que ela vê o mundo, passei a ver também Lutei contra esse sentimento Mas são tantas cores, sons Eu perdi, me encantei E cada lugar que passo agora Tem um pedaço da poesia dela Aprendi a ler pela primeira vez Há tantas coisas reais e trágicas Mas ao lado dela não há A forma como ela abraça o mundo Até a forma como ela enxuga as lágrimas é lindo É genuíno, e mesmo no mundo corrompido Há mais pureza nela do que em muitos Ela é pequenina Mas não dá para não vê-la quando a enxerga Não dá, não dá Estou perdido no mundo que ela me ensinou a ver Mesmo que às vezes nem ela o enxergue Foi este que ela me ofereceu Apenas deixa eu me ofuscar nos seus sorrisos Deixe-me entrar não só nesse mundo, mas no seu Porém se for demais esse pedido Apenas deixo escrito aqui Sempre, em todo canto agora, vere
Aquele abraço me fez sentir frágil de novo Como se um apertão fosse me quebrar Digo, porém, não é tão ruim se sentir quebradiça Significa que sempre terá a algo a consertar E na verdade O mesmo abraço que pode vergar Também pode fixar
Irmãos de sangue Irmãos de alma Irmãs de vida Tantos momentos Separa, briga, mas no fim É tudo que temos
Só queria dizer obrigado. A vida vem sendo tão boa, e de passo em passo descubro a felicidade gratuita e vejo que ela não vem sozinha - vem cheia de pessoas. Eu gosto do silêncio, até para pôr tudo em ordem, então o barulho das pessoas ao meu redor me desnorteavam até que me fizeram falar no mesmo tom, assim vi que o silêncio é muito mais perturbador. Passamos momentos, aqueles que a vida não parece fazer nenhum sentido, e sim, isso volta-me a mente deveras, mas já parece tanto tempo! A alegria que me inundou quando menos esperava, mesmo com seus redemoinhos, fez-me nascer de novo. De quem eu era só lembro o que me formou por que hoje nem mais sou o que sou, logo sou o que serei. E nada serei sem quem me transformou. É... Tudo começa de dentro, mas às vezes ficamos cegos, e precisamos que alguém nos olhe, e nesse reflexo aprenderemos a nos amar. Eu me transformei sozinha, mas jamais teria percorrido esse caminho sem eles. E eles são muitas pessoas, desde os rostos que guardo em foto