Hoje uma dorzinha se instalou no meu peito, pequena mas angustiante - que nem aquelas farpas no dedo, sabe?- eu mal o do porquê de ela está ali. Na verdade eu sei o motivo, mas não sei lidar com ele - fui tentar tirar a farpa e ela entrou mais. E o que eu faço? É, existem milhares de respostas mas eu diria que sou uma completa idiota para essas dores. E agora eu nem sei mais do que estou falando... da farpa ou da dor? Acho que agora tanto faz, apenas seria melhor se elas não estivessem onde estão.
Era um papel em branco, onde escrevi e despejei tudo o que cresceu dentro de mim. Tudo desde o início até então: cada palavra, cada gesto, todo amor que recebi, bem como todo o medo que enfrentei e assim selei com lágrimas. Jamais entreguei a ninguém. Era íntimo demais, e eu não queria me desfazer por medo de não lembrar mais o que eu possuia. Doces palavras me fizeram entregar esse papel a ele, e ele até o guardou no bolso. Contudo, como todas minhas desconfianças suspeitavam, não demorou muito para ele descartar o papel, amassou-o e o jogou no lixo. É onde diria que você se encaixou. Talvez tivesse para ser tido para ti desde o inicio, ou agora seja o momento certo, ou talvez você dê o mesmo inevitável fim. Mas você juntou meu papel, desamassou e pôs-se a desvendar as palavras supérfulas escritas, e se permitiu repousar o olhar nas entrelinhas. Senti-me escrita nos seus sussurros. E agora, já reescrevendo-me, em nova folha, quero entregar-te, para ser lida novamente. ...
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